A angélica liberdade de expressão...
Posso falar o que eu acho?@Miguel Balaia
"Vivemos num tempo em que aquilo ética e moralmente está certo se mistura com o que, por outro lado, está errado."

Vivemos num tempo em que aquilo que ética e moralmente está certo se mistura com o que, por outro lado, nos mesmos pressupostos, está errado e se entrelaça - com a preciosa ajuda da tecnologia, dos media e das escorregadias redes sociais. Somos presentes a uma realidade ofuscante e manipulada que limita o pensamento e a opinião. Não gosto disso e, escrevo aqui, porque o CNC também não!
Acompanhei desde o início o desastre que foi todo este processo entre os Anjos e a apregoada liberdade de expressão de Joana Marques. Não encontro aqui nada positivo, nem para um lado nem para o outro. Declaro também que nunca fui fã das músicas dos Anjos nem das piadas da Joana Marques. Por isso até pode parecer estranho escrever sobre o assunto. No entanto escrevo porque, felizmente, o CNC ainda me permite liberdade de expressão responsável e verdadeiramente independente!
Sejamos honestos! Poucos foram aqueles que apreciaram a forma como Os Anjos interpretaram o Hino Nacional no Grande Prémio de Portugal de MotoGP em 2022. Foi algo que notoriamente não correu bem à dupla de cantores, mas que acredito tenham feito o melhor que sabiam. Empenharam-se certamente e tentaram algo (ao seu estilo) que não foi apreciado pelo país… Não tiveram sorte, e por isso, nem é necessário dizer que com esse desaire, algo sujou um pouco a brancura angélica do nome do grupo. Com isto, e mais uma vez com a ajuda dos media e das redes sociais, após 21 anos de sucesso, a infelicidade tocou os Anjos e que estes caíram na lama. Ponto!
Voltando ao primeiro parágrafo deste texto, recoloco a minha opinião: "Vivemos num tempo em que aquilo que ética e moralmente está certo se mistura com o que, por outro lado, nos mesmos pressupostos, está errado..."
Isto para dar a minha opinião sobre a prestação da humorista Joana Marques, que aproveitou a oportunidade de um momento menos bom de outros, para pagar as suas contas mensais.
Bater em quem está no chão não é só violento quando vemos nas televisões imagens selváticas de um determinado grupo a agredir um casal indefeso com chutos e ferros… Também é violento quando alguém socialmente está no chão e, em vez de ser ajudado a levantar-se, outro se aproveita da situação, respaldado pela ribalta, para dar mais um pontapé…
Quando alguém está no chão, o único direito ético e moral que temos é o de proteger, de ajudar a levantar. "Bater em mortos" é fácil, mas para mim, é eticamente reprovável! Mesmo que seja a forma de garantir a prestação da minha casa ou do meu carro...
Eu não valho nada, a minha opinião vale tanto quanto eu, e a Joana vale tanto quanto vale. Até um dia… Até que alguém influente não ache graça às suas piadas, até ao dia em que… o país perceba (50 anos depois) que a minha liberdade acaba quando começa a liberdade (e os momentos menos bons) dos outros!
A Joana Marques tem direito a ter a SUA liberdade de expressão... Os Anjos, tal como nós, também!
Porque acredito na humanidade, espero, sinceramente, que a agora regozijante Joana Marques tenha direito a não ser pontapeada por qualquer outro pretenso humorista quando tiver o seu momento menos bom.
Se gosta do artigo, siga-nos.... Sem publicidade!
Novo canal WhatsApp COrTE NA CaSAcA