Um alicerce chamado democracia... (i6)

Dom Queixote,
"Gráficos, estatísticas e fotografias pretendem fazer crer que aquilo que se diz é completamente certo!"

Em Portugal vivemos um tempo em que todos se sentem no direito de falar de sobre tudo. Não importa se o que se diz corresponde à verdade ou se é apenas a explosão do desejo de se fazer ouvir.
Não admira que assim seja, pois o que vemos é que desde a mais alta figura do estado, ao menor dos plebeus, sempre que surge uma oportunidade, por menor que seja, as pessoas falam demais e deixam escapar tudo o que pensam, sem cuidado, sem muito critério, só porque acham que sim!
E fazem-no com tanta certeza, com tanta desfaçatez, que quem ouve quase acredita que tudo aquilo corresponde à verdade, que é assim como dizem…

Desta forma, surgem constantemente nos microfones das rádios e das televisões do nosso país, sábios, estudiosos e peritos… em tudo e mais alguma coisa! Estudiosos em política e saúde, sábios em geopolítica e relações internacionais, peritos em segurança, em política interna, em educação, em economia…
E para que o cidadão não tenha dúvidas, para que o convencimento seja total, nada melhor do que apresentar um bom quadro com gráficos, estatísticas e fotografias que demonstrem implacavelmente que aquilo que se diz é completamente certo!

Porque não queremos o regresso à morte do passado, e ainda vivemos em democracia, embora possa parecer uma tarefa gigantesca, cada um de nós tem o dever de se dar ao trabalho de formar opinião livre e independente para, sem medo, exigir participar nas decisões públicas.
Não há mudança sem democracia e não há democracia sem opinião!

i6 - Peritos e estatísticas

Ouvir falar, pode convencer.
Mas se nos forem apresentados números e estatísticas, toda a argumentação se apresenta como mais credível e objetiva. A par desta realidade, se acrescentarmos à declaração um pretenso especialista, apresentado como sendo portador de um título elevado, isso também adiciona peso à mensagem. 
No entanto, as estatísticas também podem induzir em erro. Porquê? 

Porque se, num primeiro momento as estatísticas parecem promover o esclarecimento, por outro lado, é necessário conhecer, ter a certeza, para poder confirmar se os números e as estatísticas apresentadas correspondem à realidade e se estão a ser bem interpretados. E mesmo que os números estejam corretos, faz sentido pensar no que eles realmente significam.

Podemo-nos deixar deslumbrar com peritos e estatísticas…
Poder podemos, Mas Eu Não Faria ISso!

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